Com apenas 20 anos de idade, o jovem Boyan Slat é nada mais nada menos que o fundador e presidente de uma das ideias mais inovadoras do momento. Boyan, após um mergulho na Grécia há aproximadamente três anos, ficou chocado com a quantidade de plástico naquele visual paradisíaco e resolveu tomar uma atitude.
A campanha de crowdfunding (vaquinha online) por trás do projeto Ocean Cleanup de Boyan Slat foi anunciada com uma proposta forte: “Com dois milhões de dólares podemos transformar um conceito teórico em realidade”. Dois dias antes do encerramento, Slat conseguiu arrecadar o suficiente para seu projeto, deixando-o um passo mais próximo de realizar sua visão de um oceano sem plástico.
Desde o momento em que se surpreendeu com a realidade de poluição nos oceanos, o adolescente holandês, dedica sua energia ao desenvolvimento de uma técnica que utilize a força dos redemoinhos para recolher o plástico.
[quote align=’right’]“O que queremos fazer nunca foi feito antes. É provável que nos deparemos com diversas incertezas” declara, Slat.[/quote]Hoje, ele lidera uma equipe de 100 cientistas, estudantes, e apoiadores. E com o seu recente sucesso no crowdfunding, parece que o trabalho não irá diminuir. Ele explicou que seu próximo passo é construir protótipos melhorados de seus coletores flutuantes de 100 km de comprimento, antes de ancorar o sistema em águas poluídas nos próximos três a cinco anos.
É claro que o Ocean Cleanup Project não é o primeiro conceito de retirada de lixo dos oceanos. Há o projeto One Earth – One Ocean, de Munique, cujo objetivo é recolher o lixo com seu barco customizado, o Seekuh. Existem projetos de rede como o The Clean Oceans Project, que busca educar a população em escala global. E claro, há o adorável Mr. Trash Wheel: uma roda de moinho estilo cartoon que perambula pelo porto de Baltimore.
O que torna o projeto de Slat único é que ele parte da premissa de deixar as correntes marinhas fazerem o trabalho pesado, levando o plástico de forma eficaz pelo meio de uma estrutura com formato em V, onde o lixo será coletado e enviado regularmente à terra em lotes maiores. A barreira ancorada de 100 km, adicionou Slat, seria a maior estrutura já construída nos oceanos.
[quote align=’left’]Os custos serão enormes, mas Slat ainda afirma que o projeto em si custaria 33 vezes menos que demais projetos convencionais em ação atualmente.[/quote]Nem todos estão convencidos. Stiv Wilson, do projeto 5Gyres, referiu-se ao esforço de Slat como uma falha e nada mais que uma ilusão. Em resposta, o jovem divulgou um longo estudo de viabilidade, em que demonstra, dentre outras coisas, como a vida marinha não será afetada ao passar por baixo da barreira.
Em um recente artigo no Süddeutsche Zeitung, cientistas alemães alertaram que o Ocean Cleanup Project causaria mais males que benefícios. Eles afirmaram que a força das correntes não foram estimadas corretamente, e que o plano de Slat poderia ser afetado pelo crescimento microbiológico na barreira. De qualquer forma, o jovem se mostra grato pelas críticas que a comunidade científica fez de suas ideias; ele planeja continuar trabalhando em cima de futuros estudos de viabilidade e protótipos.
No fim das contas, tirar o plástico do alto mar é só uma parte da solução. O objetivo final é encerrar, de uma vez por todas, o fluxo de lixo de nossa sociedade em direção aos oceanos. Sem mencionar a tarefa hercúlea que seria reciclar e reaproveitar todo o plástico assim que estiver em terra firme.
Assista ao vídeo da campanha de Boyan. (Para ter acesso à legenda, basta clicar no botão ao lado do relógio)
[su_youtube url=”http://youtu.be/hmPHBhYaCR4″ width=”800″]
Fonte da informação: http://motherboard.vice.com/