Na manhã desta terça-feira foi noticiado no Bom dia Brasil a problemática dos bancos de sangue que enfrentam dificuldades com o excesso de gordura nos materiais doados. Rodrigo, pintor de 32 anos, apresentado na reportagem, não está acima do peso, mas o sangue doado não pode ser usado por causa do alto percentual de gordura.
O tema traz para debate a desmistificação do que muitos acreditam: a balança como denominador de saúde. Isto é, além da preocupação com os números de obesidade no país, que cada vez mais aumentam, também é necessário compreender a importância do controle do colesterol e que nem toda atividade física tem o propósito de melhorar a estética, como também auxiliar na saúde.
[quote align=’right’]Quem nunca ouviu o termo “falso magro”? [/quote]Teoricamente, ambos (obesidade e colesterol alto) são a mesma coisa. No entanto, ao se falar em obesidade muitos associam à pessoas gordas e visivelmente acima do peso. Quem nunca ouviu o termo “falso magro”? Há cerca de 4 anos, a Clínica Mayo, nos Estados Unidos demonstrou que o famoso teste de Índice de Massa Corporal (IMC) poderia não ser tão eficaz assim.
O estudo foi realizado com 2 mil adultos, com IMC considerado ideal (entre 18,5 e 25) e descobriram que, mais da metade dos voluntários tinham obesidade mascarada pelos números do índice. Usando informações adicionais, como nível de colesterol e medida abdominal, os pesquisadores descobriram que, por ‘traz’ de uma silhueta magra pode se esconder “neo-obesos”.
A explicação para isso é que com o excesso de tecido adiposo ‘mascarado’ há excesso de substâncias nocivas, como o fator de necrose tumoral alfa e interleucina 6. Elas acabam inflamando as paredes dos vasos sanguíneos ajudando a entupi-los, aumentando a resistência à insulina. Assim, muitas pessoas consideradas magras tem percentual de gordura elevado e baixo volume de músculos.
Por conta dessa possível falta de informação, essas pessoas consideradas ‘falsos magros’, acabam se excedendo na alimentação. Por isso, o acompanhamento médico anual deve fazer parte do ritual de todos, assim como deveriam cogitar a possibilidade de iniciar atividades físicas, aliando os exercícios à uma alimentação saudável (não restrita, mas moderada em alimentos gordurosos), o que por sua vez auxiliam no controle do colesterol.
A preocupação nesse caso vai além da estética e, dentro do foco da matéria do Bom dia Brasil, também vai além da saúde pessoal. A conscientização de que deve-se fazer um acompanhamento médico e iniciar atividades físicas pode ser benéfica para muitas pessoas. Vale a pena pensar a respeito.