Com apenas 18 anos, a nadadora Yusra Mardini se viu numa situação extrema e teve que enfrentar sua maior prova. Ela nadou não por medalhas e sim pela própria vida. A atleta foi uma das milhares de pessoas que foram obrigadas a largar suas vidas e cruzar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo em busca de refúgio na Europa.
“Todos no barco estavam rezando. É difícil pensar que você é uma nadadora e pode acabar morrendo na água”, relembra a atleta, que fugiu junto a irmã da cidade de Damasco, na Síria, quando a guerra no país se intensificou. Primeiro, viajaram a Beirute, no Líbano. Após uma passagem por Istambul, na Turquia, ganharam o Mediterrâneo para chegar à ilha grega de Lesbos. Hoje ela vive em Berlim, na Alemanha.
Durante a travessia do Mediterrâneo, o motor do bote em que viajavam parou. Com capacidade para 6 pessoas e ocupada por 20, a pequena embarcação corria o risco de afundar. Foi então que Yusra, a irmã e uma terceira mulher saltaram na água e ajudaram a empurrar o bote até a praia. “Apenas 4 das 20 pessoas sabiam nadar”, conta a atleta.
Depois de representar a Síria no Campeonato Mundial de Natação de 2012, Yusra compete nos Jogos Olímpicos Rio 2016 pela delegação dos refugiados do Comitê Olímpico Internacional (COI). Agora espera aproveitar da melhor maneira sua experiência Olímpica. “Vou contar para todo mundo sobre o que passei aqui (no Rio). Quero mostrar que depois da dor e da tempestade chegam dias melhores”.