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Autora haitiana contesta necessidade de perfeição do Feminismo

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Para defender a igualdade entre homens e mulheres, não é preciso ser feminista. Sob essa visão, a haitiana Roxane Gay escreveu o livro Bad Feminist, explorando um novo debate na ideologia. Incomodada com os padrões de comportamentos e restrições impostos por quem adere à causa, Roxane deixa claro que a naturalidade para lidar com as frágeis questões da discriminação de gênero é o caminho mais seguro e mais apropriado para viver o verdadeiro feminismo.

No livro, fez a junção de diversos artigos publicados em jornais que promoviam um ativismo mais maleável. Segundo ela, o feminismo atual vive numa espécie de pedestal que rouba o senso crítico de muitas mulheres, tornando-as radicais a ponto de rejeitarem movimentos culturais, como por exemplo, o Hip Hop, estilo que conta com algumas letras misóginas, e a repudiarem até mesmo a leitura de revistas de moda por acreditarem que, em geral, todas elas perpetuam uma visão objetificada da mulher.

Bad Feminist impressiona o leitor ao apresentar as ideias de uma mulher como Roxane: incisiva, calorosa, humorada e, por vezes, inconformada com o mundo à sua volta. “Eu abraço o rótulo de bad feminist porque sou humana”, explica ela em um dos ensaios do livro. “Sou bagunçada. Não estou tentando servir de exemplo para ninguém. Não estou tentando ser perfeita. Não estou tentando dizer que tenho todas as respostas. Não estou tentando dizer que estou certa. Estou apenas tentando — tentando apoiar aquilo em que acredito, tentando fazer algo bom nesse mundo, tentando fazer algum barulho com minha escrita sem deixar de ser eu mesma”.

Para a autora, desmistificar a ideia do Feminismo Perfeito é um questão de urgência. Ao longo do tempo ele aprisionou as mulheres a padrões injustos, onde precisavam seguir uma única linha de raciocínio coletivamente, agindo de maneiras específicas para serem consideradas feministas adequadas. Além disso, deixa claro a importância de o movimento garantir mudanças para todas as classes femininas: mulheres negras, mulheres queers, operárias, transgêneras e mulheres brancas. Essa necessidade parte, principalmente do histórico que o movimento feminista tem de haver negligenciado as minorias e se preocupado mais com as mulheres brancas de classe média. Como advento da internet torna a circulação de informações mais acessível, contribuindo para mais debates, fóruns e popularização do tema, ela acredita que esta importante ferramenta tem contribuído para as mudanças necessárias de forma empolgante e que em pouco tempo a verdadeira essência da ideologia feminista terá tomado a consciência de todas as mulheres que anseiam por um mundo mais igualitário.

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