Cabo Frio vive uma triste realidade que salta aos olhos, mas parece invisível para quem governa. O número de moradores em situação de rua cresce de forma alarmante, estampando a dor e o abandono em cada esquina. Famílias inteiras dormem em praças, calçadas e marquises, sem a devida atenção da gestão pública.
A imagem que ilustra esta coluna não é de uma rua qualquer: foi registrada no bairro da Vila Nova (um dos mais antigos e importantes do município), onde até o recolhimento de lixo é precário. Um retrato cruel de uma cidade que perdeu o rumo.
Enquanto isso, a atual gestão prefere investir em shows e eventos milionários. Recentemente, a prefeitura promoveu a Expo Gospel (que custou quase R$ 250 mil) e anunciou com entusiasmo (desafinado e super apelativo) uma apresentação da banda Capital Inicial. A pergunta que ecoa nas ruas é: de que adianta festa, se falta dignidade?
A saúde pública está em frangalhos. Faltam médicos, insumos e estrutura básica nos postos de atendimento. A educação sofre com escolas sucateadas, e falta de profissionais. A cidade clama por investimentos reais, mas recebe pirotecnia.
Não se trata de ser contra cultura ou lazer, mas é revoltante ver prioridades invertidas em uma cidade com tantas urgências sociais. Cabo Frio precisa de gestão, sensibilidade e, acima de tudo, respeito com sua população. A realidade é cruel: enquanto uns cantam no palco, outros choram nas calçadas e filas intermináveis nas UPAs da cidade.
Mas vamos aguardar… quem sabe, algum dia, a população veja a vida melhorar!
