Nesse mês de novembro, no dia 19, foi comemorado o dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Movimento que busca promover a garantia dos direitos femininos, e a importância do seu papel para o crescimento dos negócios e a geração de empregos.
O empreendedorismo feminino é uma realidade que veio para trazer as novas gerações forças para lutar pelas desigualdades e a valorização da diversidade.
Atualmente, é comum vermos cada vez mais mulheres fora do padrão que era seguido por nossas mães e avós, a típica imagem da mulher na cozinha preparando um delicioso jantar para a família e cuidando dos filhos, tem sido modificada progressivamente.
Ainda ocupamos esse lugar, porém, podemos ter um momento de reflexão para vermos o quanto já conseguimos mudar e conquistar novos espaços no mundo e, principalmente, no mercado de trabalho e empresarial.
É notório o crescimento das mulheres no meio corporativista, assumindo novos papéis na sociedade. Sendo um deles o papel da mulher empreendedora que assume o desafio de abrir seu próprio negócio enfrentando uma realidade ainda muito desigual.
Uma recente pesquisa do SEBRAE, publicada no dia 19/11/2021 no site empreender360, revelou que o Brasil se destaca no mundo por ter uma presença feminina no setor de empreendimentos, porém, traz outra realidade, a falta de apoio, desigualdades financeiras e o preconceito.
O preconceito imposto pela sociedade, infelizmente não é apenas por parte de homens, algumas vezes vem de mulheres que não enxergam nas mulheres empreendedoras um suporte ou incentivo para poder seguir e unir forças. E atrelado a tudo isso ainda tem a falta de confiança, que surge em razão do desconhecido, afinal, a maioria de nós foi criada para ser “do lar” porque empreender era coisa de homem.
Ainda, temos um longo caminho a percorrer nessa estrada para que nós mulheres sejamos reconhecidas pelo nosso potencial. Por isso, convido todos para uma reflexão: Já que somos todos iguais, por que ainda não temos a garantia de salários iguais ao dos homens? O que cada um de nós pode fazer para disseminar essa triste realidade?
Quando sou consultada por mulheres que buscam orientação jurídica para abrir seu negócio, diversas vezes as mesmas perguntas aparecem durante a consultoria, o que me motivou a escrever esse texto.
Perguntas como: “Será que estou no caminho certo? Quem vai cuidar das minhas crianças? E da casa? Será que vou conseguir equilibrar tudo? Não sei se dou conta?”
Confesso que esses questionamentos também rondaram minha mente aos 25 anos. Época que eu decidi cursar Direito, tendo uma filha de 5 anos para cuidar. Foi um grande desafio aprender a lidar com a sensação de estar abandonando minha filha, já que fui criada para ser mãe e dona de casa.
Não foi fácil! Houve muitas lágrimas, noites sem dormir, vontade de desistir. No entanto, a vontade de vencer e fazer a diferença foi maior. E decidi escrever meu próprio destino. Foi assim que conquistei o meu diploma e me tornei advogada.
Conquistar os meus sonhos não me impediram de ser mãe, esposa e dona do lar. No entanto, vivenciei o preconceito imposto pela sociedade, contra o qual sempre lutei e luto para garantir que mulheres como eu não desistam de seus sonhos, e quebrem a crença que empreender é coisa de homem.
Por isso, sempre oriento as mulheres a buscarem conhecimento na área que desejam empreender e as encorajo a não deixarem as dificuldades e preconceitos afetarem a capacidade de liderar, e que levem sua visão diferente nas formas de empreender.
Como disse Martin Luther King: “Acredite nos seus sonhos e talvez eles se realizarão. Acredite em você e eles com certeza se realizarão”.
Empreender é sonhar com determinação e coragem para tornar o desconhecido realidade. E esse conhecimento é para mim a melhor parte.
Com a pandemia, me dediquei a estudar sobre empreendedorismo em razão da quantidade de pessoas que eu vi ir à luta para sustentar a sua família após a perda de seus empregos. No meu bairro vi muitas mulheres empreenderem. Isso me fascinou e me inspirou a buscar ferramentas para ajudar as mulheres na realização de abrirem o seu próprio negócio.
Se você deseja empreender, não desanime. Estude, analise o mercado e siga em frente. Se o seu sonho é empreender, não desista. Para finalizar, deixo a seguinte frase de Michelle Obama, em sua visita à escola de garotas Elizabeth Garrett Anderson: “O sucesso não tem a ver com o lugar de onde você veio, e sim com a confiança que você tem e o esforço que você está disposto a investir”.