Apesar da tradição em medalhas, nosso país demorou em ter uma campeã olímpica. Quem conseguiu entrar para a história foi a judoca Ketleyn Quadros nos jogos de Pequim, em 2008. Ela se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha em uma categoria individual em Jogos Olímpicos. A brasilense obteve a medalha de bronze na categoria leve (até 57 kg) após vencer a luta contra a australiana Maria Pekli.
Entretanto, antes mesmo de subir no tatame, Ketleyn já poderia se considerar uma vitoriosa. De origem humilde, a atleta fez do esporte o sonho de vida. Em entrevista ela já declarou que quando pequena falava a mãe: “Vou ser atleta olímpica de judô.”. Ela começou a carreira nas piscinas, mas logo percebeu que não era na natação que alcançaria o sucesso e sempre fugia das aulas para assistir aos treinamentos de judô. Ela convenceu sua mãe e trocou a água pelos tatames e não parou mais.
E as dificuldades eram muitas. Em 2006, se transferiu para o Minas Tênis Clube e para conseguir o valor da transferência, precisou contar com os amigos que conseguiram uma bicicleta e realizaram uma rifa. Assim, a jovem conseguiu o recurso para deixar a pequena cidade de Ceilândia (DF) em direção a vitória.
Todo esforço foi recompensado com apenas 20 anos e a primeira competição olímpica. Em Pequim, ela venceu quatro das cinco lutas que fez. O feito inédito da judoca abriu caminho para uma geração de superatletas brasileiras. Na mesma edição dos jogos, o ouro olímpico foi alcançado por uma representante brasileira e em seguida outros títulos individuais.
Ketleyn Quadros segue em atividade. Após o feito histórico em Pequim, ela conquistou o ouro nos Jogos Sul-Americanos de Medelín, em 2010. Também foi campeã da Universíade de Kazan, em 2013. Não foi para os Jogos Olímpicos de Londres, quando a vaga na categoria 57kg ficou com Rafaela Silva. Ela não estará no Rio 2016, já que o time de atletas que conseguiram o índice necessário é o mesmo da edição anterior dos jogos.