Pesquisadores chineses divulgaram uma nova pesquisa que aponta o consumo de comida apimentada a fatores que aumentam a longevidade. A pesquisa foi realizada com quase 500 mil pessoas na China durante sete anos e mostrou que quem consumia comida picante uma ou duas vezes por semana tinha uma redução de 10% no risco de morte na comparação com os que consumiam este tipo de refeição menos de uma vez por semana.
Quanto maior o consumo semanal, maiores as chances de uma vida longa. O risco de mortalidade foi reduzido ainda mais, em 14%, entre aqueles que consumiam comida picante entre três e sete dias por semana. Tudo isso foi causado pelo principal componente ativo da pimenta, a capsaicina, que tem ação antioxidante e anti-inflamatória. Porém, vale realçar que a pesquisa é apenas observatória e que ainda são necessários mais estudos.
A Academia Chinesa de Ciências Médicas, responsável pelo estudo, questionou sobre o tipo de comida picante que pesquisados consumiam e qual era a frequência. Pimenta malagueta, que está entre os ingredientes mais tradicionais da China, foi o tempero que mais apareceu entre as respostas. Para Nita Forouhi, da Universidade de Cambridge, já havia sugestões de que a capsaicina da malagueta tinha efeitos benéficos como antioxidante, anti-inflamatório e ainda para a flora intestinal e no combate à obesidade. “São necessárias mais pesquisas para estabelecer se o consumo de comida picante tem o potencial para melhorar a saúde e reduzir a mortalidade diretamente ou se é apenas um marcador de outros fatores (ligados à) dieta e estilo de vida”, afirmou em entrevista à BBC.
O consumo frequente de comida picante também foi associado no estudo especificamente a um risco menor de morte por câncer, doença coronariana ou respiratória. A associação vale tanto para homens quanto para mulheres e é ainda mais importante para os que consomem comidas picantes mas não bebem álcool.