Intimidade

Está cada vez mais desafiador ser íntimo de alguém na chamada era digital. Entre emojis, nudes, conversas picantes e declarações de amor, virtualmente vazias, vamos nos perdendo da relação e do contato com o outro. Sem falar nos encontros presenciais onde todos estão paralelamente conversando no celular.

No meu encontro com as amigas, temos uma regra: “quem mexe no celular paga a conta”. Filhos, maridos, namorados e afins… se precisar de verdade, liga.

Como falar de intimidade nos novos tempos?

Redescobrindo os tempos antigos, onde a comida era feita a lenha e os domingos eram reservados à família. Percebendo que o churrasco do fim de semana, é  uma forma de nos relacionar e colocar a intimidade em dia e, na maioria das vezes, falando dos podres da família, rindo das escolhas erradas que fazemos, revivendo momentos que não voltam mais, lembrando dos que já se foram.

Em volta da mesa, no chão da sala, no quintal. Entre lágrimas e risadas os laços vãos se fortalecendo.

Mesmo quando saímos aborrecidos por não conseguir lidar com o outro, é neste momento que a intimidade se faz, porque nada está no outro. Tudo está em nós.

E como um espelho que reflete nossa imagem invertida, o outro vai nos mostrando o que precisa ser transformado em nós, para que essa intimidade seja leve, ativa e que os vínculos sejam fortalecidos.