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O burro, o leão e a criança

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Este fim de semana foi mega especial: aniversário de 85 anos de minha avó e 23 do meu filho. Festa, amigos, primos reunidos e muita conversa, carinho e afeto. Entre risos e trocas, meu filho Gabriel me apresenta esse texto:

Nietzsche diz que o homem pode passar por três metamorfoses: a do burro, a do leão e a da criança. O burro é aquele que diz “sim” ao que está dado: ele aceita, passivamente, os valores estabelecidos. Sua forma de aceitação é “dar as costas” para carregar. É assim que o burro se sente “útil”: carregando o peso que em suas costas colocaram. Todos nascemos mais ou menos burros, pois carregamos, desde a infância, os valores de um mundo que já achamos pronto, dado. Quando o poder diz que só se deve ensinar às crianças tabuada e gramática, e nada de artes e filosofia, o que ele quer é manter submissos seus carregadores também no futuro. O leão pode nascer do burro quando este sofre uma metamorfose, aprendendo a dizer “Não”. Ninguém sobe no dorso de um leão: ele vê em tudo uma jaula onde querem prendê-lo. O leão é ferozmente crítico e cético, imaginando que ser potente é negar. O leão pode mais do que o burro, porém é incapaz de criar, pois para criar é preciso crer. E o leão em nada crê. O leão imagina que crer é ser como o burro que ele já foi. Do leão pode surgir nova metamorfose: a criança. Àquela que redescobre a força do “Sim”. Pois o “Sim” da criança não é como o “sim” alienado do burro. O “Sim” da criança sobreviveu ao não do leão, o incorporou como crítica, porém vai além dele, tornando-se afirmação de uma potência criativa. A criança não carrega, como o burro; nem ruge e ameaça, como o leão. Ela libertou-se de todo peso, corre e dança, e há nela uma força mais poderosa que a dos dentes e garras. O burro é refém dos valores do presente que o esmaga e aliena; já o leão nasceu quando este presente virou passado que o leão não quer mais que se repita. Mas a criança é, ao mesmo tempo, metamorfose no presente e libertação do passado em razão de uma crença ativa no futuro, uma “linha de fuga”, como criação de novas possibilidades para a vida, a despeito das forças obscurantistas que ameaçam retê-la. Não se trata de otimismo ou esperança: “Só podemos destruir sendo criadores”. (Nietzsche)

Esse texto de Elton Cruz Souza fez todo sentido, pois quando curados, nossa criança interna, acolhendo os medos, ressignificando as crenças, ativamos todo o poder criativo, renovador e transformador. Damos luz às sombras e todas as infinitas possibilidades começam a se manifestar.

Fonte:
https://multitudopoesiaartefilosofia.blogspot.com/2019/08/o-burro-leao-e-crianca.html?m=1

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Márcia Gonçalves

Terapeuta holística vibracional

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Publicado por:
Márcia Gonçalves

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