Apesar de morto há mais de um século, Mikhail Bakunin (1814 – 1876) é considerado um perigo para a sociedade carioca. É o que parece pensar a Justiça, segundo o que afirma a professora universitária Camila Jourdan. Ela é uma dos 23 réus denunciados pelo Ministério Público à Justiça por organizar atos violentos em protestos no Rio de Janeiro. Bakunin, que é conhecido, no meio acadêmico, por difundir o anarquismo e inspirar revoluções foi citado por um manifestante e, a partir daí, passou a figurar como potencial suspeito. Camila teria mencionado o teórico para demonstrar a fragilidade das investigações. Para ela o inquérito com mais de 2.000 páginas produzido pela Polícia Civil do Rio seria “uma obra de literatura fantástica”. A polícia nega o mal entendido e afirma nunca ter confundido o pensador com um dos suspeitos. E garante que Bakunin foi mencionado apenas numa troca de mensagens entre uma testemunha e David Paixão, outro indiciado. As declarações de Camila seriam apenas uma tentativa dos militantes de “confundir os fatos”.
Isso ai tá me cheirando a mitologia política requentada. Tenta reeditar uma história dos anos sessenta, por ocasião da repressão militar, quando confundiu-se Le Corbusier, arquiteto francês, com o Prof. Corbusier, da UFRJ, procurado pela polícia. Não convence…