Num país onde o direito à educação de meninas e mulheres ainda é um tabu enfrentado por Malala Yousafzai e outros ativistas, vive um homem chamado Mohammed Ayub, de 57 anos, que há trinta anos desenvolve um incrível projeto social numa pracinha de Islamabad, capital do país.
Ayub é um homem carente e chegou à cidade em 1976, juntamente com seus pais e irmãos mais novos. Após algum tempo seu pai adoeceu e, no leito de morte, pediu que o filho mais velho nunca deixasse faltar educação para os irmãos. Ele foi além e conseguiu atingir a vida de centenas de crianças.
“Não sei dizer quantas pessoas passaram pela escola nestes 30 anos. Devem ser milhares”, disse Ayub à Associated Press. “Sei que vou continuar esta missão até o meu último suspiro.”
Ele começou a ensinar as crianças em 1985, depois de ver um menino de 12 anos servindo mesas em um restaurante. “Pensei: ele não é diferente que meu irmão mais novo. Então decidi ensiná-lo e isso foi o começo da minha missão na escola ao ar livre”, disse.
Depois desse menino, Ayub buscou outros que também trocavam os estudos por trabalhos. Aos poucos, conseguiu convencê-los da importância em priorizar o conhecimento. As autoridades locais de Islamabad concordam em não incomodar o professor, desde que o mesmo não monte uma estrutura permanente.
Hoje, ele já despertou a vida de muitas crianças outrora analfabetas. A grande lição está na fórmula mágica com que rege o projeto: amor. Por ele, seus seguidores dizem que se espelham para fazerem o mesmo no futuro. É a grande prova de que os ensinamentos de Gandhi ainda são levados a sério: Seja a mudança que você quer ver no mundo.
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