Considerado o fiel escudeiro das dietas, o uso do adoçante virou polêmica. De acordo com uma pesquisa publicada na revista “Nature”, a ingestão do produto está relacionada com um maior risco de desenvolver intolerância à glicose, fazendo com que o organismo deixe de produzir insulina suficiente iniciando a primeira etapa da diabetes. Os índices foram observados em roedores e humanos.
Os animais foram divididos em duas amostras, onde um grupo ingeriu adoçante (sacarina, aspartame ou sucralose) e outra parte apenas água ou açúcar. O grupo que tomou adoçante desenvolveu intolerância à glicose devido a alterações tanto na composição quanto na função da flora intestinal.
“Acreditamos que as substâncias induzam uma vantagem competitiva em certos tipos de bactéria e isso desequilibra o ecossistema. Outra possibilidade é que os adoçantes sejam tóxicos para alguns micro-organismos”, afirma Eran Elinav, um dos coordenadores do estudo.
No caso dos humanos, os pesquisadores observaram os índices de 381 voluntários não diabéticos. Sete deles receberam durante sete dias consecutivos grandes doses de sacarina. Em quatro pessoas foi detectado o aumento da intolerância à glicose, além e alteração na flora intestinal.
Especialistas em nutrição rejeitam a conclusão do estudo, afirmando que os humanos submetidos aos testes já estavam sendo observados para outra finalidade e isso teria influenciado o resultado. Além disso, destacam que a flora intestinal pode ser influenciada por diversos fatores e que a parte experimental incluindo humanos é frágil.