Os recentes casos de violência envolvendo mulheres na Região dos Lagos, juntamente à notícia de um estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro, geraram vários comentários sobre a questão nas redes sociais nos últimos dias. E ao contrário de muitas indignações virtuais, a discussão quer sair do ambiente online e tomar as ruas.
Para isso, o Movimento de Mulheres da Região dos Lagos, está promovendo um ato para mostrar à sociedade que esse tipo de violência não pode ficar impune. O “Ato contra o feminicídio” está programado para a próxima segunda-feira (30) em Cabo Frio.
Serão lembrados e homenageados os dois últimos casos locais, o da jovem Rayzza Ribeiro – encontrada esquartejada e com sinais de carbonização em uma estrada rural de São Pedro da Aldeia na última segunda-feira – e Daiana Borges, morta a facadas no domingo, também no município aldeense.
O protesto visa alertar que o país ocupa o 7º lugar no ranking de países onde mais morrem mulheres vítimas de violência de gênero no mundo. E a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil, segundo estatística recolhida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Só no Estado do Rio, foram 5,7 mil casos no último ano.
Por conta de dados como estes apresentados, o que se discute na internet é o termo “cultura do estupro” usado para enfatizar um ato enraizado na sociedade, tido como casualidade por muitos, e normalizado.
O protesto em São Pedro da Aldeia não será o único nos próximos dias. Devido à dimensão nacional que o caso do estupro coletivo tomou, uma série de atos começam a ser convocados em diferentes cidades brasileiras, especialmente no Rio de Janeiro, onde a barbárie aconteceu.
O “Ato contra o feminicídio” acontece na segunda-feira (30), às 14h, na Praça Porto Rocha, em Cabo Frio. Cerca de 500 pessoas confirmaram presença pelas redes sociais.