Todo mundo que já teve uma noite mal dormida conhece o cansaço e a exaustão do dia seguinte. E não é a toa quando falamos que a sensação de dormir bem equivale a ganhar na loteria. Quando ficamos sem dormir, temos a sensação de que precisamos de mais energia para nos concentrarmos em atividades cotidianas, além do corpo demonstrar reações físicas como as famosas olheiras. E foi pensando nisso que dois grupos de cientistas descobriram, ou melhor, confirmaram o que os ditados já diziam.
O sono da beleza realmente funciona
Os pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, comprovaram que a privação do sono te deixa menos atraente. O estudo completo foi publicado no Royal Society Open Science, comprovando a sabedoria popular. Os cientistas fizeram testes com 25 pessoas, que eram fotografadas logo acordar. O grupo também utilizava um kit para medir os movimentos durante a noite e checar se estavam cumprindo corretamente as horas de sono. Na primeira semana, os voluntários tiveram duas noites consecutivas com sono de boa qualidade. Mas na segunda semana, os voluntários tiveram as horas de sono reduzidas para 4 horas por duas noites seguidas.
Com as fotos de antes e depois, os cientistas pediram para que 122 voluntários classificassem as fotos em uma escala de atratividade, confiabilidade, saúde e falta de sono. O resultado final foi que as pessoas nas fotos pós-restrição de sono foram classificadas como mais sonolentas, menos atrativas e menos saudáveis. Além disso, os voluntários estavam menos inclinados a socializar com os indivíduos das fotos que não dormiram o bastante.
Privação de sono faz o cérebro comer a si mesmo
A descoberta foi feita por um grupo de cientistas da Universidade Politécnica de Marche, Itália. Os cientistas fizeram uma comparação entre o cérebro de ratos com padrões normais de sono com o de roedores que ficaram sem dormir, os pesquisadores perceberam que o cérebro tem um sistema de limpeza que, com quantidades de sono regulares, recria as sinapses danificadas e as transforma em novas membranas e proteínas. Mas, em cérebros de ratos que tiveram problemas de sono, esse mecanismo tornou-se mais ativo, quebrando mais conexões neurais.
O que está tirando o sono dos cientistas é que a fagocitose dos astrócitos em casos de privação do sono acelerou o funcionamento das micróglias, as menores células imunológicas do sistema nervoso, que agem como guardiãs do cérebro. Estudos anteriores comprovam que a ativação das micróglias tem relação com o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Azheimer e demência.