A psicopatia e a sociopatia são transtornos de personalidade antissocial, caracterizados por comportamentos manipulativos e desconsideração pelas normas sociais e pelos direitos dos outros. Embora ambos compartilhem essas características, existem diferenças importantes entre eles. A psicopatia é geralmente vista como um distúrbio inato, com fatores genéticos e neurobiológicos significativos.
– Estudos indicam que cerca de 1% da população global apresenta traços psicopáticos. Essas pessoas tendem a ser frias, calculistas e muitas vezes mantêm uma fachada de normalidade, o que as torna difíceis de identificar – explicou o psicoterapeuta Raphael Antunes, durante entrevista no programa Viva Bem da Rádio Ondas.
Por outro lado, a sociopatia é mais frequentemente associada a fatores ambientais, como traumas na infância ou abuso. Estima-se que cerca de 3% a 5% da população mundial pode apresentar traços sociopáticos.
– Sociopatas tendem a ser impulsivos e a formar apegos emocionais, ainda que de forma distorcida – explicou.
Ambos os distúrbios são mais comuns em homens do que em mulheres, com uma proporção de aproximadamente 3 para 1. A prevalência de ambos os transtornos na população carcerária é significativamente mais alta, chegando a 25%, destacando a correlação entre esses transtornos e comportamentos criminosos.
– Os psicopatas podem viver em sociedade, mas fazem de forma manipulativa e sem empatia. Muitos conseguem se integrar bem, exibindo um charme superficial que mascara a ausência de emoções genuínas. Frequentemente ocupam posições de poder, onde as suas características — como a falta de remorso e a frieza — podem ser vantajosas. No entanto, as suas ações podem causar danos significativos às pessoas ao redor – ressaltou o psicoterapeuta.