Existe uma pressão social muito grande onde as pessoas se sentem obrigadas a serem felizes constantemente. Que para ser bem sucedido é necessário expor uma vida totalmente oposta a sua realidade nas redes sociais. Que você precisa sorrir sempre para as pessoas gostarem de você. Mas cuidado para não sorrir de forma exagerada, pois as pessoas não gostam de felicidade demais. E caso alguém fique triste por muito tempo, os comentários e a negação ao seu redor surgem prontamente na tentativa de silenciar o problema. A realidade é dura. Vivemos em uma sociedade onde as pessoas têm vergonha de admitir a tristeza e, consequentemente, de aceitar que a depressão existe.
Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, a depressão é muito mais que um acesso de melancolia. Os casos aumentaram quase 20% na última década, transformando-se na maior causa de incapacidade no mundo. Na última pesquisa feita pela OMS, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% em comparação à 2005. Ou seja, em 2015 haviam 322 milhões de pessoas com depressão.
E no Brasil, cerca de 5,8% da população sofre com esse problema. Afetando um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo a OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas. Ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de pessoas sofrendo com a depressão.
O que é a depressão?
A depressão pode se manifestar de várias formas diferentes. Muitas vezes, sua causa está em um desequilíbrio químico do cérebro que pode ser explicada por algum fator traumático ou simplesmente por uma predisposição genética.
É possível diferenciar a tristeza normal da depressão?
Sim. É normal se sentir triste e deprimido por alguns dias. É comum, muitas vezes, se sentir desesperançoso sobre algo e desanimado para sair de casa. O que não é comum é viver essa sensação por dias. O preocupante é entrar em um ciclo tão intenso de tristeza que a simples vontade de tomar banho ou comer desaparece. E é preciso ficar atento em outro detalhe: muitas pessoas não sabem, mas quem sofre de depressão passa por motivações rápidas. É como estar em uma montanha russa, que pode subir bruscamente e dar uma energia positiva. Tal energia positiva, ou sensação de bem estar, faz a pessoa querer aproveitar uma festa ou sair com os amigos. Mas a qualquer instante o humor pode oscilar novamente, voltando para aquele estado intenso de tristeza.
Como reconhecer a depressão?
Os sintomas podem variar e cada pessoa pode manifestar a depressão de uma maneira diferente. Por isso, é importante prestar atenção nas variações de humor e de comportamento.
- Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade.
- Desânimo, cansaço mental, dificuldade de concentração, esquecimento;
- Incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades que antes da depressão eram agradáveis;
- Tendência ao isolamento tanto social como familiar;
- Apatia, desinteresse, falta de motivação;
- Falta de vontade, indecisão;
- Sentimentos de medo, insegurança, desespero, vazio;
- Pessimismo, ideias de culpa, baixa autoestima, falta de sentido na vida, inutilidade, fracasso;
- Ideias de morte e até suicídio;
- Dores e outros sintomas físicos geralmente não justificados por outros problemas médicos, tais como, cefaleias, sintomas gastrintestinais, dores pelo corpo, pressão no peito;
- Alterações do apetite;
- Redução da libido, insônia ou aumento do sono.
Qual a forma de tratamento?
O tratamento deve ser feito com profissionais. Podendo ser uma terapia com um psiquiatra e com um psicólogo. Enquanto um toma o controle da parte química do seu corpo, o outro ajuda a pessoa a se entender e compreender a própria mente.
Há algum tipo de ajuda imediata?
Sim. Caso a pessoa esteja tendo uma série de pensamentos negativos e considerando eliminá-los, caso a pessoa se sinta sozinha e precise desabafar os pensamentos confusos. Há o atendimento do Centro de Valorização da Vida, pelo número 141 ou pelo site.
Como vai você? Precisamos falar sobre suicídio. – e o caso do ‘jogo’ baleia azul.