A semana política em Cabo Frio foi recheada de incoerências, contradições, oportunismos e silêncios estranhos. No #TBT desta quinta-feira, vamos rever os bastidores do poder, as movimentações que escaparam ao olhar apressado e as omissões que gritam no cenário político da cidade.
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- Miguel Alencar e o Boulevard do Esquecimento
O vice-prefeito de Cabo Frio, Miguel Alencar, quando vereador, tanto se gabou de aprovar emendas impositivas para a revitalização do Boulevard Canal. Porém, hoje, como vice-prefeito e secretário da cidade, ignora completamente a obra. As emendas foram para o orçamento de 2024 e já perderam sua validade para este ano. Mesmo assim, Miguel agora tem o poder de fazer algo e não faz. Não há qualquer sinal de retomada das obras ou de atenção especial a esse espaço que é um dos cartões-postais da cidade. Se nem aquilo que ele mesmo batalhou consegue honrar, o que esperar do restante?
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- Centro Comercial: Fachadas Fechadas e Poder Público Ausente
O centro comercial de Cabo Frio vive uma decadência visível. Grandes imóveis abandonados, como o prédio da antiga Telemar, formam um retrato do descaso. Uma das lojas ao lado, que abrigava um cyber e o popular café Parado Obrigatório, fechou as portas. Por muito tempo, chegou a virar abrigo improvisado de pessoas em situação de rua. O local agora é ocupado por lixo e abandono. O prédio poderia abrigar algum órgão importante da prefeitura, como uma secretaria, evitando esse cenário de cidade fantasma que assombra a área central. A ausência de ação e visão estratégica do poder público tem deixado a cidade para trás.
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- Feriadão Bombou, Mas Quem Colheu os Frutos Foram os Vizinhos
O feriado de Páscoa foi um sucesso de público em Cabo Frio — estima-se que o movimento tenha superado até o do Réveillon. A cidade ficou lotada, o trânsito congestionado na volta foi histórico, mas quem mais lucrou com o feriadão foram os municípios vizinhos. Por conta da tentativa da prefeitura de aumentar as taxas para ônibus de turismo (proibida posteriormente pela Justiça), as excursões não tiveram tempo de se reorganizar, e acabaram desembarcando em São Pedro da Aldeia, que ficou com seus estacionamentos lotados. Um reflexo direto de uma gestão que age sem ouvir, sem planejar, e comunica mal.
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- Câmara Gasta Mais e Diz Que Economiza
Enquanto a presidência da Câmara de Cabo Frio tenta divulgar uma imagem de economia e austeridade, os números contam outra história. Sob comando de Vagne Simão, os gastos mensais da Casa saltaram de R$ 1,2 milhão em 2024 para cerca de R$ 1,8 milhão atualmente. Isso representa um aumento de 50%, com perspectiva de mais gastos à frente. A matemática do discurso não bate com a realidade das contas públicas — e a população já percebeu o descompasso.
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- Aline Rabelo Vai Pra Disputa, Mas Leva a Imagem do Marido Junto
A primeira-dama de Cabo Frio, Aline Rabelo, é pré-candidata a deputada estadual. Ela tem reconhecimento por sua luta contra o câncer e é uma figura de empatia. No entanto, carrega junto com sua candidatura o peso da imagem do prefeito Dr. Serginho — marcada por autoritarismo, atropelos, mandos e desmandos. Apesar do uso da máquina pública para fortalecer sua imagem, Aline pode herdar a rejeição do marido. E terá pela frente um adversário de peso: o ex-prefeito Marquinho Mendes, que aparece como figura de oposição e deve tornar essa disputa um verdadeiro teste de popularidade para o atual governo.
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- Praia Livre? Mas Já É Livre, Sempre Foi.
A Superintendência LGBT+ de Cabo Frio lançou recentemente o projeto “Praia Livre”, voltado para práticas esportivas para a população LGBTI+. A intenção pode até ser boa, mas o nome do projeto gera uma leitura equivocada. A praia já é um espaço público e livre, e a ideia de que ela só é “livre” durante um evento específico soa como segregação. A inclusão precisa acontecer com naturalidade, com respeito e sem criar distinções onde não existem. Projetos esportivos para a comunidade LGBT+ são bem-vindos e necessários, mas o foco deve ser no respeito à diversidade, e não em títulos que sugerem exclusividade. Há formas mais eficazes e agregadoras de trabalhar políticas públicas afirmativas.
Miguel Alencar só queria o poder e agora esquece até o projeto de sua autoria. Tenho asco desses políticos mequetrefes daqui.
A esposa até virá como candidata,mas não se elegerá.
Bj