- Moeda Itajuru: auditoria ou abandono?
O prefeito declarou que está sendo feita uma auditoria no programa da Moeda Social Itajuru e alegou, inclusive, que pessoas já falecidas estariam entre os beneficiários. No entanto, até agora, nenhuma previsão foi dada sobre o retorno do benefício para quem realmente precisa. A população, principalmente as famílias que mais dependem desse suporte, continua sem resposta. Transparência e responsabilidade deveriam caminhar juntas, mas parece que a gestão optou pelo silêncio e pela generalização ao invés de apresentar soluções reais.
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- Ônibus acelerado e imprensa no banco da frente
A Câmara aprovou a criação de uma nova linha de ônibus para o distrito de Tamoios e, já na manhã seguinte, os coletivos estavam rodando: adesivados, com horários definidos, operação pronta e tudo funcionando. A empresa que presta o serviço já tem contrato com a Prefeitura. Mas, a questão é outra: quando houve tempo hábil para organizar tudo isso? Cadê o período necessário para estruturação, definição de rota, capacitação de pessoal, ajuste de frota e provisionamento financeiro?
Mais curioso ainda foi ver jornalistas ligados à mídia governamental não apenas deixando de questionar a velocidade da ação, mas participando da viagem inaugural, promovendo a linha como se fossem parte da equipe de comunicação oficial da Prefeitura. Quando a imprensa escolhe o conforto do banco da frente em vez de investigar, a democracia perde o rumo.
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- Operação da PF: ninguém é investigado por acidente
A Polícia Federal esteve na casa do prefeito de Cabo Frio nesta semana como parte da operação Teatro Invisível 2. Segundo o chefe do Executivo Cabo-friense, ele não é o investigado, a ação é de 2024 e nada tem a ver com gestão dele. No entanto, é pouco crível que a Justiça erre o nome da pessoa alvo de uma operação desse porte. A estranheza aumentou quando o prefeito afirmou que não sabia se suas contas haviam sido bloqueadas. Em tempos de tecnologia e instantaneidade bancária, é difícil imaginar alguém que “não viu ainda” se está com as contas congeladas.
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- Justiça no Terminal: aumentar sem dialogar não dá
A tentativa da Prefeitura de aumentar os valores do terminal de turismo foi barrada pela Justiça. Uma vitória importante para a cidade. O setor precisa sim de modernização e reequilíbrio, mas isso deve ser feito com diálogo e respeito aos limites do razoável. Não dá para impor valores exorbitantes sem ouvir quem movimenta a economia local. O turismo é um ativo que deve ser gerido com inteligência e participação.
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- Abrakadabra ou check-up de rotina?
O projeto “Abrakadabra”, anunciado como grande revitalização da iluminação da Orla de Tamoios, causou surpresa. Isso porque a orla já havia passado por melhorias recentes na gestão anterior e não estava às escuras. O que existia por lá, assim como aqui na Praia do Forte e em outros pontos da cidade, eram lâmpadas queimadas — um problema pontual, não estrutural. Claro que Tamoios merece atenção, mas apagar tudo pra acender de novo e vender como novidade não convence.
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- 100 dias e o Inferno Astral de Serginho
Passados pouco mais de 100 dias de governo, a maré definitivamente não está pra peixe — e o inferno astral chegou com tudo. A Polícia Federal bateu à porta do prefeito. O anúncio de aumento da taxa de ônibus de turismo gerou insatisfação no setor hoteleiro e entre os donos de imóveis de temporada, que tentaram diálogo, mas foram ignorados. Serginho manteve o decreto — até que a Justiça derrubou a medida. Como se não bastasse, veio à tona o “fretamento” de pessoas em situação de rua que estavam acolhidas na Casa de Passagem de Cabo Frio e foram enviadas para Linhares (ES), mesmo sem serem de lá. Um escândalo que gerou forte repercussão na mídia nacional. Enquanto isso, o trânsito ficou completamente travado na principal entrada da cidade por conta de obras feitas depois das chuvas. E por falar em chuva, o prefeito chegou a ir para Miami, mas voltou e tentou emplacar a capa do herói e salvador do povo, no pós-temporal. Agora, a cereja amarga no bolo é o despejo das mulheres da Casa Inês Etienne Romeu, no Itajuru — um espaço ocupado, revitalizado e transformado num potente projeto voluntário de acolhimento a vítimas de violência. Estão sendo jogadas pra fora para que o imóvel seja demolido nesta sexta. É muita porrada junta pra quem usava como slogan que “a vida vai melhorar”. A verdade é que a vida não vai melhorar tão fácil assim, não é mesmo? Enquanto não melhora, Cabo Frio continua aparecendo na imprensa nacional, infelizmente, por motivos nem tão nobres assim.
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- A Paixão milionária de Cristo
A Semana Santa chegou, e a tradicional encenação da Paixão de Cristo está de volta em Cabo Frio após anos. Culturalmente, um resgate importante. Mas empresários do setor denunciaram um possível superfaturamento, com o custo da estrutura chegando a quase um milhão de reais. Palco, iluminação, som e elementos artísticos não justificam um orçamento desse tamanho. Se confirmadas as informações, o valor gasto seria um escárnio com o dinheiro público e uma ofensa ao bom senso.
Esta matéria é a mais pura verdade do que vivemos em Cabo frio . É o #TBT do caos que vivemos e nada de melhoras principalmente aos que vivem em vulnerabilidade em Cabo frio.