A ocupação hoteleira em Cabo Frio para o feriadão de Corpus Christi registrou a pior taxa da história: apenas 30%. Ano passado, no mesmo período, a taxa de ocupação foi de 55%. O dado acende um alerta vermelho para o setor turístico da cidade, que sempre contou com os feriados prolongados para movimentar a economia local. O mau tempo contribuiu para o cenário, mas não é o único responsável pela queda drástica.
Ocupação Hoteleira – Cabo Frio
Feriado de Corpus Christi
A ausência de eventos atrativos, a precariedade da infraestrutura urbana — com ruas esburacadas e mal iluminadas —, o atendimento deficiente em serviços básicos e a mudança repentina do local de desembarque de ônibus turísticos agravaram ainda mais a situação. Muitos hoteleiros amargam prejuízos, e alguns sequer têm reservas para o período.
– Esse feriado nunca apresentou ocupação máxima, mas, desta vez está muito baixa. Alguns hotéis e pousadas estão completamente vazios, sem nenhuma reserva – contou a presidente da Associação de Hotéis e Turismo de Cabo Frio, Lilian Gallo, durante entrevista no programa Viva Bem na Rádio Ondas.
O empresário Carlos Cunha, também do ramo hoteleiro, frisou a importância de se estabelecer um diálogo com o setor.
– Nós precisamos que os turistas venham para a cidade. Todos são bem-vindos! Quando pergunto qual a visão que as pessoas tem dos turistas que chegam nos ônibus, todos associam com pessoas cheias de bolsas, trazendo tudo e que não gastam na cidade. Mas não é bem assim! E, se isso ocorre em alguns casos, é por falta de fiscalização. Quando os ônibus paravam nos hotéis e pousadas, as pessoas já sabiam que era proibido cozinhar e levar alguns objetos, pois já temos tudo isso e somos fiscalizados. Existe uma preocupação com a segurança desses hóspedes. O poder público precisa ouvir o setor hoteleiro para chegarmos a uma solução para aquecer a economia da cidade – disse Carlos Cunha.
Recentemente o atual prefeito de Cabo Frio apresentou o calendário de eventos da cidade. Durante a entrevista no programa Viva Bem na Rádio Ondas, os entrevistados foram questionados se o setor foi procurado para ajudar e dar sugestões de eventos que pudessem ser realizados na baixa temporada. Ambos disseram que não.
– Infelizmente não. Mas nós queremos e precisamos do poder público para criar ações durante a baixa temporada que atraiam turistas ou eventos. Temos que unir forças! Quero voltar aqui no programa e dizer que a Prefeitura nos recebeu, ouviu as nossas demandas e que estamos trabalhando juntos para ajudar o nosso município crescer – afirmou Lilian Gallo.
Com a baixa ocupação, demissões já estão acontecendo em ritmo acelerado, prejudicando trabalhadores e famílias inteiras. É urgente que o poder público se una ao setor hoteleiro para encontrar soluções concretas e sustentáveis. Cabo Frio precisa recuperar sua vocação turística antes que o prejuízo se torne irreversível.