A discussão sobre um determinado tema é uma das formas mais eficientes de se promover a prevenção. Principalmente quando é fortemente estigmatizado, seja por razões morais, religiosas ou culturais. E o tabu em relação ao suicídio está entranhado em nossa cultura, aumentando o medo e vergonha de falar abertamente. E as estatísticas, infelizmente, mostram que o suicídio cresce não somente por questões demográficas e populacionais. Os problemas sociais que prejudicam o bem-estar de cada um e que estimulam a autodestruição. Durante o dia a dia dentro da sociedade, as pessoas vivem com diversas situações de agressão, competição e insensibilidade. Um campo fértil para que transtornos emocionais se desenvolvam. Então, quanto menos falamos sobre o suicídio, dificulta ainda mais a busca, a falta de conhecimento e de atenção sobre o assunto.
O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios, onde 25 brasileiros morrem por dia. Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e 4,8% desses brasileiros chegaram a elaborar um plano. Muitos não sabem, mas pessoas de todas as idades e classes sociais cometem suicídio. A cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, totalizando quase um milhão de pessoas todos os anos. Estima-se que de 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio a cada ano.
No entanto, na maioria das vezes é possível evitar que esses pensamentos suicidas virem realidade. Ao receber ajuda preventiva ou uma oferta de socorro diante de uma crise, a pessoa pode reverter a situação ao colocar para fora seus sentimentos, valores e pensamentos, remodelando assim, seu estado interior.
E, com essa ideia de tentar ajudar as pessoas que querem ou precisam conversar, que o Centro de Valorização da Vida foi fundado em São Paulo em 1962. O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos com o apoio de voluntários, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973. Prestando serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio, O Centro realiza mais de um milhão de atendimentos anuais em 18 estados mais o Distrito Federal. Os atendimentos são feitos sob total sigilo por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias, ou pessoalmente pelos 72 postos de atendimento.
É necessário perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. E é importante entender que pessoas pensam ou tentam o suicídio pedem por ajuda, mas os pedidos de socorro variam de pessoa para pessoa. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas pode fortalecer as intenções de viver. A pessoa que está numa crise suicida se perceve isolada e sozinha. Tente lembrar que não adianta apenas perguntar “tem algo que eu possa fazer para te ajudar?”, a pessoa precisa sentir uma abertura para desabafar. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir.
O que você precisa saber sobre o jogo Baleia Azul
O que é Baleia Azul?
O “jogo” se baseia em uma série de 50 tarefas dadas pelos curadores (ou administradores) que os participantes devem completar. Normalmente uma por dia, algumas tarefas podem ser dadas com antecedência, outras podem ser repassadas pelos curadores no dia. Essas tarefas envolvem o isolamento social, automutilação e incentivo ao suicídio.
Qual é a sua origem?
Não há uma certa de onde surgiu, mas sabe-se que tem surgido casos em diversas partes do mundo. Há possíveis relatos de casos na Rússia, em 2016. E rumores de possíveis casos nos Estados Unidos, em 2015. E alguns sites de notícias dizem que o Japão é o local de origem. Em alguns países, como Inglaterra, França e Romênia, as escolas têm feito alertas às famílias, depois que adolescentes apareceram com cortes nos braços, queimaduras e outros sinais de mutilação.
E os casos no Brasil?
Em cerca de 2 meses, estão surgindo cada vez mais denúncias em diversos estados do país, como Mato Grosso, Minas Gerais, Maceió, Paraná, Pernambuco e Bahia. No Rio de Janeiro, a polícia anunciou na segunda-feira(22) que já possuíam mais de 101 denúncias de casos com possíveis envolvimentos de adolescentes com o jogo.
Quais os sinais de alertas?
- Inscrições nas palmas das mãos;
- Automutilações (braços, pernas e lábios);
- Interesse repentino por filmes de terror;
- Atividades no meio da madrugada;
- Exposição ao perigo com “visitas” a locais altos;
- Ficar sem conversar por longos períodos;
- Desenhos de baleia feitos na pele.
Com quem devo entrar em contato em casos de ajuda ou denuncia?
Caso você queria pedir algum tipo de ajuda, você pode entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida pelo número 141 ou através do site.
Em caso de ameaças ou existir algum material que comprove a participação no jogo Disque Denúncia – 181