Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro nem começaram, mas já rendem boas histórias de superação. É o caso da judoca Yolande Bukasa Mabika da República Democrática do Congo. Atualmente refugiada no país, ela usa o esporte como forma de vencer os desafios.
A história de Yolande começa com a guerra civil que afetou o país de origem entre 1998 e 2003. “No meu país há muito sofrimento, muitas pessoas chorando. Há muita violência, pessoas sendo mortas”, diz a atleta.
Ela foi separada da família quando ainda era criança e hoje tem poucas lembranças, apenas sabe que correu o quanto pôde até ser resgatada por um helicóptero. O judô entrou na vida da atleta quando ela estava abrigada em Kinshasa, a capital do país. “O judô nunca me deu dinheiro, mas fortaleceu meu coração. Fui separada da minha família e chorava muito. O esporte me ajudou a ter uma vida melhor”, conta.
Depois de muitas conquistas nacionais e internacionais, ela conseguiu participar do campeonato mundial de judô, no Rio de Janeiro, em 2013. Nessa oportunidade, Yolande decidiu que já havia aguentado o bastante do sistema abusivo de treinamentos e fugiu do hotel onde estava a delegação congolesa. Após vagar pelas ruas da cidade, conseguiu abrigo com a ajuda da Caritás Arquidiocesana, entidade ligada à Igreja Católica. Hoje, vive no Rio e treina no Instituto Reação, na zona oeste da cidade.
Para conseguir sobreviver no Brasil ela realizou trabalhos informais e enfrentou muitas dificuldades. No início deste mês, Yolande e outros nove atletas refugiados foram escolhidos para competir nos Jogos Rio 2016 sob a bandeira Olímpica. “Minha mensagem para os refugiados é de que não desistam, acreditem e tenham fé no coração.”