O aceder da pira olímpica possui uma das maiores simbologias dos Jogos Olímpicos. Além de marcar o início das competições, é “a cereja do bolo” na abertura do evento. Por isso a participação da atleta mexicana Enriqueta Basilio, em 1968, nas Olimpíadas realizadas na Cidade do México é considerada um marco histórico. Ela foi a primeira mulher na história dos jogos modernos a acender a tocha que dá começo as provas.
Com apenas 20 anos de idade, Enriqueta era a promessa de sucesso do país nas provas de atletismo. Ela estava inscrita para três das 12 modalidades: 400m, revezamento 4x100m e 80m com barreiras (esta última prova não integra mais o programa olímpico). Infelizmente, ela acabou ficando pelo caminho nas eliminatórias das três provas e passou a ser reconhecida mesmo por subir as escadarias do Estádio Olímpico Universitário, atualmente casa do Pumas – clube de futebol tradicional no país –, e acender a pira no ponto mais alto do estádio.
Porém o momento foi ainda mais representativo para a história dos jogos. Além de contar com a primeira mulher responsável por acender a tocha, a Olimpíadas de 68 também trazia o fato inédito de ter primeira vez os Jogos Olímpicos disputados na América, mas não nos EUA.
O revezamento da tocha reproduziu passos da vida de Cristóvão Colombo, numa tentativa de mostrar a conexão entre latino-americanos e os povos mediterrâneos. Passou por Gênova, cidade-natal do navegador italiano, Pasos de la Frontera, na Espanha, de onde sua esquadra saiu, e San Salvador, nas Bahamas, que acredita-se ter sido o primeiro local do “Novo Mundo” avistado por Colombo.