A Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (Acia) está processando a China pedindo indenização de R$ 420 bilhões pelos danos materiais e morais causados pelo coronavírus ao povo brasileiro. A presidente da ACIA, Patrícia Cardinot, disse hoje (20) em entrevista ao programa Viva Bem da Rádio Ondas FM 97,7 (transmitido de segunda à sexta-feira, das 18h às 19h) que a ação foi ingressada no último dia 9 de abril e está sob os cuidados de um grupo de profissionais de Portugal com especialização em Direito Internacional. Ainda segundo ela, o processo está sendo acompanhado de perto pelo seu advogado pessoal. A notícia também foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo.
– Não é uma ação fácil, mas também não é impossível. Nossos comércios foram obrigados a fechar e, em Cabo Frio, vão permanecer assim até o dia 30 de abril. Muitas lojas já entregaram seus pontos e não poderão voltar depois do período da pandemia por questões econômicas – disse a presidente da ACIA.
Patrícia Cardinot afirmou que a ação é ousada mas que o objetivo é tirar o prejuízo e criar um fundo, que será gerenciado por meio das leis e da Constituição Brasileira.
– A intenção é utilizar esse fundo para beneficiar empresas que estão sendo prejudicadas de maneira bem intensa durante essa pandemia. Nossa economia está em colapso: lojas fechadas, demissões, términos de contratos. Essa ação não quer beneficiar só Cabo Frio, mas sim todos os empresários do Brasil. Estamos sem saber o que vai acontecer no futuro. Não vamos aguentar muito tempo assim! Precisamos garantir o pão de cada dia e, muitos, já estão sem – afirmou a presidente da ACIA, ressaltando que acha importante a abertura parcial do comércio, seguindo as regras do Ministério da Saúde. “Estou respeitando todos os decretos, mas entendo que precisamos voltar ao trabalho para garantir o nosso sustento”, finalizou.
Saiba um pouco mais – Ataques à China feitos por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, geraram uma crise diplomática entre Brasil e China. Eduardo Bolsonaro postou no Twitter que a China é culpada pela crise mundial gerada pelo coronavírus. Em resposta, o embaixador da China no Brasil, Yang Yanning, falou: “a parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a Câmara dos Deputados”.
O próprio perfil da embaixada chinesa também fez críticas ao filho do presidente.
Esses tipos de declarações estão causando preocupação em Brasília. “Meu medo é o efeito cumulativo da ofensa”, afirmou Marcos Azambuja, diplomata de carreira e conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), ao jornal Valor Econômico.