Uma versão do reality show Big Brother, o Big Brother Brasil, estreou no país em 2002 já com duas edições no mesmo ano e, desde então, vem dividido opiniões entre os telespectadores do programa, sejam eles assíduos ou não.
A cada ano que passa, o reality se reinventa e vem com novidades que buscam inserir cada vez mais a realidade do telespectador dentro do programa como, por exemplo, as adaptações tecnológicas feitas ao longo das edições. Hoje, o telespectador pode acompanhar a programação não somente pela televisão, como era feito antes, mas também pelas redes sociais, payperview ou sites da emissora de televisão onde o BBB é transmitido.
Mas afinal, o que gera todo esse interesse dos telespectadores pela convivência de confinados desconhecidos? Segundo a Psicóloga Ariadne Oliveira, esse interesse se dá por conta de uma identificação que o telespectador tem pelos confinados. De acordo com ela, as pessoas que compram o programa talvez tenham o desejo de estar na casa, mas não tenham coragem de se inscrever, e ver o programa é a forma mais próxima de participação.
“O público se reconhece nos participantes, tanto naquele que ele se percebe, quanto no que ele vai repudiar. O telespectador interage com os confinados, tem o desejo de estar no programa, se inscrever. Então, o Big Brother aproxima mais do que, por exemplo, um filme. Antes o telespectador só tinha o filme, então eles romantizavam ser aquela atriz ou ator, participar daquela dramatização e o reality vem para aproximar essas cenas”, destacou a psicóloga.
O Estudante, Ryanderson da Silva Oliveira, contou que é fã do Big Brother Brasil desde a 15ª edição do reality e, de acordo com ele, seu sonho sempre foi participar do programa, mas hoje em dia prefere acompanhar e torcer pelos confinados à ser um deles. Ele conta ainda que sua participante favorita na edição 20 é a Marcela, pois concorda com todos os seus ideais.
“Ela tem uma força muito grande, odeia homens machistas, está sempre defendendo os LGBTq+, é feminista e está sempre pondo cada um no seu devido lugar”, comentou.
De todas as edições do Big Brother Brasil, a edição 20 é a que vem provocando mais comoção e discussão entre os telespectadores por se tratar de uma edição que, entre outras coisas, chama atenção para problemáticas que, fora da realidade da casa, também geram grandes reflexões e militância.
A jornalista Nathália Chrystie Machado, conta que acompanha o BBB desde a primeira edição e, segundo ela, a paixão pelo programa foi imediata. Ela explica ainda que o BBB20 vem sendo muito importante para mostrar certos tipos de pensamentos e comportamentos que não são mais tolerados.
“Eu acho que o programa é um retrato da realidade e, por consequência, a gente consegue observar muita coisa. A edição tem nos mostrado muito sobre sororidade, feminismo, como a união de mulheres é importante e como alguns homens ainda nos enxergam como objeto, menosprezando nossa inteligência e nossa força”, afirma.
É perceptível que o Big Brother é um reality show que tem em sua origem, assim como muitos, a intenção de entreter os telespectadores, mas principalmente nesta edição 20, o entretenimento tem ficado em segundo plano para dar espaço a reflexões e debates de assuntos importantes.
“Quando a pessoa entra nesse tipo de programa, não tem noção do que vai encontrar. São várias pessoas, de lugares diferentes, e cada uma com um pensamento. Isso é interessante pois vemos de fora os conflitos e as ideias divergentes e, desde que não falte respeito, é uma coisa boa para entendermos que, por muitas vezes, reproduzimos os mesmos pensamentos sem saber que estão errados”, comentou a estudante Juliana Gandard.