Desde o final do século 19, organizações femininas provenientes de movimentos operários protestavam em diversos países da Europa e nos Estados Unidos. A jornada de trabalho com cerca de 15 horas diárias e os salários inferiores, introduzidos pela Revolução Industrial, levaram as mulheres a greves. Elas passaram a reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período. Já no século 20, em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, a proposta para a criação de uma data anual de celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, então, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
Em 1911, cerca de 600 pessoas trabalhavam na fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company quando as chamas começaram. Naquela época, sem a noção de quanto tempo haviam trabalhado, os trabalhadores eram muitas das vezes trancados nas fábricas. As péssimas condições, com vários retalhos de tecidos espalhados pelo chão do lugar, ajudaram o fogo a se espalhar rapidamente. O incêndio matou 125 mulheres, de 13 a 23 anos, e mais 21 homens, enquanto trabalhavam. Apesar da própria história do incêndio ser meio confusa, por ter outras versões, muitos afirmam que foi o motivo da criação do dia 8 de março. Mas esse acontecimento é parte da história de luta das mulheres, e não apenas fator único que criou o dia 8 de março.
Eclodiram ainda mais protestos em todo mundo com a chegada da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mas a data 8 de março ficou reconhecida apenas em 1917. Quando cerca de 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II. Os motivos foram as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra. Embora a data tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921. Mas somente em 1977 que o “8 de março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
Dia da Mulher no Brasil
Desde 1980, o Dia Nacional da Mulher é celebrado anualmente em 30 de abril. Uma homenagem ao centenário de nascimento de Jerônima Mesquita, que foi uma das pioneiras na luta pelo direito ao voto feminino no Brasil, em 1932. Ela, que havia estudado na Europa e foi voluntária na Cruz Vermelha, não se conformou com a situação preconceituosa que era imposta às mulheres. Em 1934, Jerônima Mesquita lançou um manifesto à nação chamado de Manifesto Feminista.