O brasileiro está vivendo mais. Do início dos anos 90 para cá a expectativa de vida no país pulou de 66 anos para 74,6 anos, em 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa nova realidade trouxe novos desafios. É preciso criar novas políticas públicas para dar suporte à população que envelhece. Pois um dos problemas ligados a essa longevidade é que muitos negam os efeitos do tempo em sua saúde e disposição, além de sofrerem com a solidão.
Em entrevista ao site UOL, a doutora em Psicologia Clínica e mestre em Gerontologia Dorli Kamkhagi, do Grupo de Envelhecimento do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), faz um alerta, “Não ter com quem conversar, com quem sair, se sentir inútil, deixar de ser desejado, ter de lidar com o abandono… Tudo isso é muito difícil e essas percepções, se não forem enfrentadas, podem levar à depressão e até ao suicídio”, Essa sensação de abandono facilita a ação de enfermidades e interfere no quadro clínico.
Uma das soluções para enfrentar o medo de envelhecer sozinho é criar e cultivar laços sociais, dentro e fora da família. “Pesquisas apontam que as relações sociais eletivas, de amizades, têm até mais potencial de proteção para o bem-estar subjetivo e a saúde dos idosos do que as relações de família”, afirma a psicóloga Deusivania Falcão, professora da USP (Universidade de São Paulo) ao site UOL.