A pandemia mudou as relações de trabalho e mostrou ser o home office uma solução para manter as empresas em funcionamento. Apesar de não ser um instituto novo, o trabalho remoto vem sendo cada vez mais explorado pelas empresas.
Antes da Reforma Trabalhista ocorrida em 2017, a CLT não trazia nenhuma diferença ao trabalho realizado na empresa para o trabalho realizado na residência do trabalhador.
Assim, a reforma regulamentou algumas regras, que foram e são extremamente utilizadas nesse novo formato de trabalho. Lembrando que o regime de contratação previsto pela CLT em Home Office implica na manutenção de todos os direitos trabalhistas.
Para o empregador algumas vantagens foram percebidas, a redução com o custo operacional, economia com energia elétrica e material de escritório, entre outros, e para os empregados a liberdade na prestação de serviço, a perda de tempo com o deslocamento até a empresa.
Porém, nem tudo são vantagens, e algumas situações merecem nossa atenção, como o surgimento de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho ocorridos em home Office.
O artigo 75-E da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, determina que a empregadora têm o dever de instruir seus funcionários quanto às iniciativas e a adoção dos cuidados que previnam doenças ocupacionais e/ou acidentes de trabalho.
Ocorre, que muitas empresas, quando implantaram o sistema de home office não se atentaram para a responsabilidade de fiscalização, controle e garantia de um ambiente de trabalho seguro e saudável. O que gerou um significativo aumento nos afastamentos por doença ocupacional.
Por isso é fundamental que os empregados sejam instruídos, sobre os cuidados a serem observados no ambiente de trabalho.
Mas, será o que o home Office veio para ficar?
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), informou que cerca de 20,8 milhões de brasileiros podem operar suas funções em regime de trabalho remoto.
Assim, posso dizer que em virtude dos avanços tecnológicos, e da nova realidade trazida pelo impacto da pandemia, essa forma de contratação veio para ficar, e pode beneficiar tanto as empresas quantos os empregados, desde que ambos tenham consciência das responsabilidades, e se adaptem para as atividades a serem realizadas.
Em contra partida, é fundamental para o empregado manter um controle das atividades, respeitando sua jornada de trabalho e mantendo uma rotina equilibrada, com atividades físicas, hábitos que muitas vezes são negligenciados no trabalho remoto. O famoso trabalhar de pijama, já que por estarem sozinhos, passam a não adotar a rotina de auto cuidado.
Concluindo, o home Office é uma realidade que veio para ficar, e está sendo adotada por muitas empresas, como os bancos, as financeiras, as lojas de roupas, e até mesmo os restaurantes que mantiveram e fortaleceram o serviço de delivery.
O que não pode ser negligenciado são as mudanças físicas e psicológicas que essa modalidade pode trazer aos colaboradores, como aumento da ansiedade e queda de produtividade.
É fundamental, analisar cada atividade a ser desempenhada na modalidade home office, e investir estrategicamente para prevenir riscos, afastamentos por doença ocupacional e demandas judiciais.
Muito interessante !!