Uma doença que se manifesta em sua maioria de forma avassaladora, a Covid-19 ou coronavírus, vem mudando o comportamento e principalmente a forma de convívio entre pessoas de todo o mundo.
No Brasil, o primeiro caso da doença foi confirmado no dia 5 de março e não demorou muitos dias para uma decisão impactante, porém necessária, ser tomada com o intuito de conter o vírus.
A quarentena imposta, o autoisolamento e outras restrições de movimento social são medidas que têm se tornado cada dia mais comuns em diferentes partes do mundo diante da pandemia do novo coronavírus.
No entanto, o impacto que esse isolamento social, por tempo ainda discutido entre as autoridades governamentais, é diferente de país para país. Algumas pessoas, seja pela cultura do “ser social” ou por algo já intrínseco na natureza de cada um, não conseguem lidar com o isolamento e principalmente com a incerteza de não saber quando essa situação vai terminar. E isso acaba desencadeando problemas no âmbito psicológico dos indivíduos.
“O fato de que essa geração nunca vivenciou antes uma pandemia, por mais que saibamos que historicamente já aconteceram doenças que tomaram proporções semelhantes, pode gerar ansiedade, angústia e incerteza”, destacou a psicóloga Juliana Tempone, como sendo um dos primeiros impactos da situação atual.
O confinamento tira o indivíduo da própria rotina de uma forma muito rápida e inesperada, sem que a pessoa tenha tido tempo para se programar para tal acontecimento. Ou seja, não há, na maioria das vezes, um aviso prévio para os futuros confinados. Quando tudo acontece a pessoa já está acompanhada do medo de que a doença se alastre ainda mais e atinja e mate ainda mais pessoa e se vê obrigada tanto pelas autoridades, quanto pelo próprio instinto de se manter segura, a estar em quarentena.
De acordo com a psicóloga Juliana Tempone, um outro impacto dessa realidade atual, é justamente o motivo pelo qual o indivíduo precisa estar confinado, que é, nesse caso, a pandemia do novo coronavírus.
Além disso, ela destaca ainda que as recomendações que chegam diariamente, a falta do entendimento sobre quando vai haver vacinas, remédios e quando tudo isso vai acabar, contribui para a ansiedade e o medo.
Ao ser questionada se existe uma determinada faixa etária em que o indivíduo encontra-se mais propenso a desenvolver problemas psicológicos por conta da quarentena, a psicóloga explicou que não existe uma idade específica em que a situação de confinamento pode ser mais prejudicial à saúde mental porque varia muito de caso para caso. Ela exemplifica que existem pessoas, em qualquer idade, que gostam muito de ficar em casa, e outras que gostam de ficar mais na rua, ou seja, têm pessoas que gostam de uma rotina mais pesada e outras que ficam bem sem rotina.
Além disso, a psicóloga destacou que mais do que os grupos por faixa etária, outras comunidades em particular geram preocupação.
“O que mais me preocupa enquanto profissional são as pessoas que encontram em casa uma situação que as coloquem vulnerabilizadas, como mulheres que são vítimas de violência doméstica, pessoas LGBTs que sofrem preconceito intrafamilar, além das pessoas em situação de rua, que não podem fazer um confinamento, pois não tem moradia, também passam por muitas violações de direitos e que nesse panorama pandêmico pode ser potencializador para quadros relativos à saúde mental”, comentou Juliana.
Para os que se sentem e os que não se sentem de alguma forma estressados ou com sintomas provocados pelas preocupações dessa situação em que o mundo está vivendo, Juliana Tempone ressalta a importância de, se possível, ficar em casa e dá algumas dicas para que a estadia se torne um pouco mais leve.
“Montem uma rotina mais leve, em que combine afazeres importantes, como uma tarefa de trabalho ou estudo, exercício físico, etc, com momentos de lazer. Leia as notícias uma vez ao dia e não consuma a mídia excessivamente e tenha em mente que, apesar de a preocupação legítima que devemos sentir, tudo isso vai passar e que estamos fazendo algo para o nosso bem e para o bem de pessoas ao nosso redor. Você não está sozinho.”
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