O último Dia Internacional da Mulher foi marcado pela perda de Inezita Barroso, grande expressão artística da música sertaneja no Brasil. Considerada uma das principais cantoras do gênero, ela morreu na noite deste domingo (8), aos 90 anos, no Hospital Sírio Libanês.
O velório aberto ao público recebeu fãs, amigos e autoridades do estado de São Paulo que admiravam e acompanhavam a trajetória de Inezita. Em entrevista ao G1, Marta Barroso, sua única filha, declarou: “Ela foi muito guerreira e desbravadora. Numa época que mulher nem dirigia, ela tinha o carro dela e já ia pra Brasília, pra Bahia dirigindo. Sempre foi a diferente. Morrer no dia da mulher não foi por acaso. Até pra morrer ela escolheu uma data marcante”.
Filha de família tradicional, Inezita passou a infância cercada por diversas influências musicais, mas foi na fazenda de sua família que foi despertada a amar a música caipira. Aos sete anos começou a cantar músicas populares e desde então, nunca mais parou. Formada em Biblioteconomia pela USP, foi uma grande pesquisadora da música caipira brasileira e por sua vasta experiência chegou a ganhar o título de Doutora Honoris Causa em Folclore, pela Universidade de Lisboa.
Na televisão sua carreira começou junto à TV Record, onde foi a primeira mulher cantora contratada. Passou por outras emissoras até chegar à TV Cultura, onde comandou por mais de 30 anos o programa Viola, Minha Viola.
Como alguém que amava o que fazia e o realizava com muita competência, Inezita trouxe importantes lições aos brasileiros. Uma delas foi expressar a importância de mantermos nosso folclore e nossas raízes vivas. Agora, com uma eterna saudade desta grande dama da música de raiz, precisamos retribuir o legado, preservando a nossa história.