A pernambucana Jair Martins é uma mulher forte e determinada. Tendo sido alfabetizada por sua mãe aos sete anos, desde que aprendeu a ler e a escrever, se apaixonou pela Literatura. Os versinhos que saltavam de sua cabeça numa ânsia de se abrigarem numa folha de papel, contribuíram para que tomasse coragem ao longo do tempo e publicasse seu primeiro livro. Hoje, ela é acadêmica da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, membro da União Brasileira de Escritores e uma eterna apaixonada pela escrita. Acredita que suas criações precisam ser mensagens de interação com os leitores, ajudando-os a retirarem importantes lições da vida. Em entrevista à Equipe Elegante, Jair nos contou um pouco de seu trabalho e do motivo que lhe faz seguir na área literária. Confira!
Como decidiu ser escritora? Tem livros publicados?
Não foi propriamente uma decisão. O fato de gostar de escrever me levou a ocupação de compor alguns poemas, pequenos contos e fazer resenha sobre determinados assuntos que me convinham descrevê-los ou quando solicitados. Estou longe de ser escritora. Gosto mesmo é de materializar nas letras o que alcanço com o raciocínio e com a alma. Publiquei em 2009, um livro de poemas, intitulado ESCRITOS DO CORAÇÃO, editado pela Novoestilo, Edições do Autor- Recife-PE. Tenho participações em várias Antologias, inclusive recentemente selecionada no Concurso Nacional / 2015, pela Editora Vivara.
Para você, quais são as maiores dificuldades do mercado editorial brasileiro?
O custo da edição, a divulgação, o preconceito sobre autores, a desinformação de temas abordados, o mau hábito de não se ler, o descaso, a falta de apoio dos órgãos competentes do governo em prol do autor iniciante. Esses fatores muito dificultam, aprisionando as vendas. Não existe a valorização devida ao escritor.
Cite uma experiência na área literária que marcou sua vida.
A verdade comprovada que escrevemos com emissão para endereço certo, mesmo que sejam muitos a lerem, a mensagem será absorvida e exclusiva para poucos. Não mais nos pertence, quando a canalizamos através da grafia. A força da escrita conduz o editado em forma de ensino, edificação, conforto e cura. Cheguei a esta conclusão numa experiência vivida na Cidade de Vitória de Santo Antão-PE, em um Sarau, no auditório do Instituto Histórico e Geográfico daquela Cidade. Não havia ainda editado o meu livro de poemas. Meus poemas eram publicados no meu Blog e em vários sites literários. Em dado momento me foi dada a oportunidade de apresentação, li meu poema “PÁSSARO FERIDO”, escrito em homenagem ao meu chefe de trabalho que tinha sofrido um AVC. Bem, observei enquanto lia que na plateia uma jovem me olhava fixamente e muito emocionada. Terminado o Sarau, aquela jovem veio ao meu encontro e disse: “Nunca pensei que um dia eu fosse conhecer a autora da poesia que me curou da depressão”. Abraçada a mim, contou que um amigo dela leu num site esse poema e enviou pra ela. Agradecida, despediu-se e eu, comovida e feliz por ter sido usada para ajudar alguém. Essa experiência marcou muito minha vida literária e com ela outras significativas também aconteceram. Experiências que tem servido de incentivo para continuar a escrever.
Deixe um recado para os jovens e adolescentes que sonham em se tornar escritores:
Leiam bastante, pesquisem. Não extraviem nenhum dos escritos por acharem sem valor. Guardem todos os rascunhos. Lá adiante para um tempo, se tornarão bases aprimoradas de ideias. Lembrem-se sempre que tudo que a razão e a alma ditam, tem peso. Aprimorem-se em informações, extraiam do cenário ao redor, as imagens e mensagem que somente vocês poderão decifrar porque a escrita é solitária e é um particular. Não se deixem abater pelas críticas que julgam. Sejam condutores da autoconfiança e o mais virá com a inspiração e o trabalho.