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O Enfrentamento do novo normal

Quando a Pandemia ainda era apenas um novo desafio a ser vencido, trazendo medos, inseguranças e incertezas, fomos buscar forças para regar uma árvore que dentro de nós pedia socorro: a resiliência.

O toque de recolher veio da OMS e os papas da economia global ainda não podem aceitar uma paralisação de seus lucros, mesmo chegando aos milhões de mortes, ainda assim preferem correr o risco. Mortes são efeitos colaterais

Bancos nunca faturaram tanto. Criptomoedas e novos aplicativos surgiram avançando como motivação para a falta de investimentos dos empresários do berço esplêndido. Gente que vive na corrida do ouro por lucros fáceis com pouco ou nenhum trabalho.

Enquanto novas cepas do vírus aparecem pela falta de imunização em massa da população, o circo de horrores da violação de direitos ganha contornos de política genocida, uma vez que os recursos não chegam aos mais pobres para garantia do mínimo necessário a sobrevivência. Entra em cena a filantropia, o assistencialismo e a “falsa generosidade”. Aumenta o fosso que quase se fechara entre a miséria e a abastança.

São os mais ricos ostentando cozinhas de mansões bilionárias nos novos aplicativos de dancinha; o povo aglomerado nas tendas de atendimento aos contaminados; os cemitérios sem espaço para novos enterros; a vida se preparando para forçosamente voltar ao normal.

A crise é sem precedentes, os estragos obrigam a olhar para baixo dos tapetes sociais, para onde estavam sendo varridos todos os lixos que a sociedade capitalista do novo milênio não aceitava encarar: racismo, lgbtfobia, intolerância religiosa, genocídio.  A esquizofrenia da mais valia: um ser humano encarcerado ou um animalzinho de laboratório?

Quem vale mais no reino dos baixinhos? Movimentos sociais de raça e classe passam a se enfrentar por uma linguagem que antes somente os conservadores de ultra direita eram capazes de lançar mão.

 “De quem é a culpa, perguntaram à Professora. E ela responde sempre: do mais pretinho.”

Alguém deve lembrar dessa piada que tanto dissabor criou a pessoas negras, mas que ainda habita o imaginário de muitos. Quem lembra disto, também deve saber que precisamos parar tudo e pensar que o “welfare state” precederá a uma sociedade melhor, mas ainda há um longo caminho a nossa frente.

O Estado brasileiro que não se cansa de nos matar de diferentes formas ainda está aí, com sua política fakenews e requintes de crueldade. Pararam por enquanto de falar em acabar com o SUS que mesmo capengando, e com aguerridos profissionais de saúde não permitiram que a tragédia fosse maior.

E, qual o aprendizado desses momentos difíceis? UBUNTU: EU SOU PORQUE VOCÊ É!

Significa saber que qualquer violação de direitos; qualquer justiça infame; qualquer corruptela do poder; nos levará ao fundo do poço. Bem parecido com aquele do filme espanhol. Sem comida, somente com restos e sobras, em um processo de autofagia. Mas, os banquetes ainda estarão sendo servidos e vamos precisar aprender a dividir, partilhar e nos solidarizar.

Ou isto, ou a barbárie.

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