De acordo com o site Exame, a poluição por detritos plásticos parece não encontrar fronteiras. Cientistas da Universidade de Hull e do Serviço Antártico Britânico (BAS, na sigla em inglês) divulgaram que níveis de poluição por microplásticos no Oceano Antártico cinco vezes maiores do que se esperaria encontrar a partir de fontes locais, como estações de pesquisa e navios.
Representando 5,4% dos oceanos do mundo, o Oceano Antártico é considerado uma região selvagem em comparação com outras regiões. Por isso, os cientistas pensavam que ele estaria relativamente livre desse tipo de poluição. Os resultados, publicados na revista científica Science of the Total Environment, levantam a possibilidade de que o plástico proveniente de fora da região seja capaz de atravessar a poderosa corrente circumpolar antártica, historicamente considerada impenetrável.
Os microplásticos são partículas com menos de 5 mm de diâmetro e estão presentes em muitos itens do dia a dia. Como creme dental, shampoo, gel de banho e roupas feitas de tecidos sintéticos a exemplo do poliéster. Segundo a pesquisa, uma única jaqueta de poliéster pode liberar mais de 1.900 fibras por lavagem. Estima-se que até meia tonelada de partículas microplásticas de produtos de cuidados pessoais. E até 25,5 bilhões de fibras de roupas entram no Oceano Antártico por década como resultado dessas atividades combinadas.
A poluição oceânica por plástico tem consequências danosas para os animais. Muitos podem morrer asfixiados ou por ingestão de fragmentos maiores. O estudo alerta para a necessidade de se reforçar as legislações marítimas na região. E para um maior esforço internacional no monitoramento e controle da ameaça plástica nos oceanos.