Setembro Amarelo é o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Em um mundo onde cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, falar sobre esse tema é importante. A campanha destaca a necessidade de se falar sobre os transtornos mentais, que afetam mais de 970 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A coordenadora da Saúde Mental de Cabo Frio, a psicóloga Renata Figueiredo, afirmou em entrevista no programa Viva Bem da Rádio Ondas FM, que as pessoas precisam ter um olhar mais cuidadoso com o seu próximo.
– As pessoas não costumam, infelizmente, prestar atenção nos detalhes. A pessoa que está com depressão dá sinais, inclusive em algumas falas, como por exemplo: “quero sumir!”, “se eu não existir ninguém vai sentir a minha falta”, “quero que tudo isso acabe”, entre outras. É preciso ter um olhar mais carinhoso, empático – disse a psicóloga, ressaltando que o impacto da saúde mental é profundo, especialmente entre os profissionais da saúde.
Renata Figueiredo destacou que as unidades de saúde de Cabo Frio possuem um psicólogo de plantão para atender aos profissionais da Saúde.
– Esse acolhimento com quem cuida dos pacientes é extremamente importante. Durante a pandemia, por exemplo, diversos profissionais que estavam na linha de frente, ficaram depressivos, ansiosos ou com algum outro transtorno – contou.
Estima-se que um em cada cinco profissionais de saúde sofram de algum transtorno psicológico, como a síndrome de burnout, depressão ou ansiedade. Na pandemia essa situação se agravou, levando ao esgotamento físico e emocional desses trabalhadores, que já enfrentavam jornadas exaustivas e alta carga de responsabilidade. Entre 2020 e 2022, os níveis de burnout aumentaram em 25% entre médicos e enfermeiros, conforme estudo da The Lancet.
– O estigma em torno da busca por ajuda precisa ser quebrado, especialmente em ambientes onde a exigência de resiliência é constante. Instituições de saúde e empresas podem adotar medidas preventivas, como grupos de apoio, palestras e políticas de trabalho que promovam o bem-estar mental. Criar um ambiente onde os profissionais se sintam seguros para expressar suas emoções é o primeiro passo para melhorar não só a saúde mental de quem atua no cuidado, mas também para garantir um atendimento mais humano e eficaz para todos – finalizou Renata Figueiredo.