Luana Costa, Mestra em Estudos Contemporâneos das Artes pela UFF, artista, escritora premiada, ex-editora da Revista Literária Borboletras, apresentadora e idealizadora do Programa Tribos da emissora OKTV, canal 19, recebeu recentemente convite de Editora Europeia para publicação de seu trabalho científico desenvolvido na Universidade Estácio de Sá durante seu período de Coordenação de Projeto PIBIC, realizado em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) durante o ano de 2017-2018. Veja nossa entrevista com a autora.
Elegante OnLine (EO): Luana, fale-nos um pouco sobre a Editora e o contato realizado por ela para a publicação de seu trabalho científico.
LUANA COSTA (LC): O contato aconteceu pela Editora OmniScriptum Publishing, especializada em publicações acadêmicas. Ela foi fundada na Alemanha, mas atualmente está em toda a Europa, África, Ásia e América Latina. Recebi em 2018 um e-mail em que a Editora dizia-me que meu trabalho científico feito na Universidade Estácio de Sá havia causado interesse em seus editores. No entanto, meu trabalho ainda estava em vias de conclusão, de modo que optei por aguardar a finalização antes de realizar a assinatura do contrato de publicação. O meu projeto PIBIC atualmente já foi finalizado, os relatórios foram entregues, mas decidi aguardar um pouco mais para a publicação desse trabalho. Estou revisando-o. Enquanto dura o processo de revisão, já fechamos contrato para a publicação da minha dissertação de Mestrado que será transformada em livro, intitulada “A poetisa vai à guerra: heterotopias para uma estética da (r)existência”.
EO: E quanto ao seu projeto PIBIC, do que ele se tratou?
LC: Meu projeto chamou-se “Mulheres, mentalidades e comportamentos: uma análise das questões de gênero e da produção de discursos feministas na cidade de Cabo Frio”. Ele nasceu na Universidade e teve como alunas bolsistas Rhayane Cruz, Larissa de Oliveira e Ana Beatriz Caldeira – aluna ouvinte. Ele foi fruto de investigações empreendidas sobre o feminismo e as questões de gênero no campo nacional, internacional e regional. Realizei um mapeamento dos movimentos de mulheres de Cabo Frio, analisando suas atuações e discursos – como, por quem e para quem são produzidos e divulgados; de que forma se manifestam os debates sobre a questão de gênero na cidade; e de que modo tais movimentos contribuem para o exercício da cidadania e constroem uma mudança efetiva no espaço social em que se circunscrevem. Obtive resultados satisfatórios e fiquei extremamente feliz por trazer para a pesquisa acadêmica os movimentos de mulheres da cidade, tão importantes para a nossa região.
EO: Para você, qual a importância da pesquisa científica?
LC: Não há como se pensar em Universidade sem pesquisa. Tampouco em pensamento crítico sem reflexão e isso se faz por meio da investigação acadêmica. Tive uma formação universitária bastante crítica – tanto na graduação na UFMT, como durante meu Mestrado na UFF. Incentivar a pesquisa é atitude basilar de toda Universidade. Atualmente a UNESA promove de modo contínuo a pesquisa na Universidade, o que proporcionou a mim a realização deste projeto. Estou começando minha trajetória acadêmica e Coordenar um projeto de pesquisa foi muito satisfatório.
EO: Você é uma professora jovem e já tão atuante não apenas no meio acadêmico mas também fora dele – é artista, tem programa de televisão, é escritora. Como é para você realizar trabalhos tão diversificados?
LC: Não sou a primeira mulher a ser artista e me empenhar em projetos científicos. Hedy Lamarr, atriz hollywoodiana, era uma cientista. Inventou uma técnica de direcionamento de torpedos chamada “salto de frequência”, que ajudou as forças armadas dos Estados Unidos contra os nazistas. Danica McKellar, que participou de muitas séries, se formou com honras em matemática pela Universidade da Califórnia e ajudou a desenvolver uma prova matemática para propriedades de campos magnéticos. Natalie Portman, atriz de Cisne Negro, era também cientista. Sobretudo, me vejo hoje como pertencente a uma nova geração de acadêmicos. O mundo está mudando, os jovens estão mudando. Os jovens professores universitários também não serão os mesmos. Qual o problema em ser artista e buscar fazer ciência? Já fui questionada sobre isso. Muitos me perguntam – Por que você faz isso? Enquanto me perguntam, limito-me apenas a pensar: E por que você não faz? Ora, arte é criação. Ciência também. E como toda atitude criadora, a arte e a ciência desconstroem os limites e paradigmas construídos ao longo da vida pela nossa sociedade que diz que o que fazemos é impossível. Nada é impossível. E esse convite de publicação só mostrou que, definitivamente, estou no caminho certo.
EO: Como as pessoas fazem para conhecer um pouco mais desse seu trabalho?
LC: Fui convidada para estar nesta sexta-feira (8) na OAB de Búzios para fazer uma fala sobre esse trabalho científico. Haverá muitas palestras, falas sobre a questão da mulher, além de presenças muito importantes para o movimento de mulheres. É vital que a sociedade como um todo participe desse debate.
Saiba mais sobre o trabalho da professora Luana Costa no Instagram @luanacosta_oficial.