Em fevereiro o Facebook anunciou que estava comprando o aplicativo WhatsApp por 19 bilhões de dólares. Depois de comprar o Instagram por 1 bilhão de dólares em 2012, o Facebook faz mais uma compra de um concorrente direto de seus serviços – dessa vez de mensagens mobile. Mas o valor surpreende. Como um produto que nem podemos tocar pode alcançar tanto valor?
Tudo passa pela posição do Facebook junto ao grande público. A rede social já foi sinônimo de liberdade na internet, mas hoje, por seu tamanho, se tornou um grande portal de comunicação – o que já era desejo de seu criador Mark Zuckerberg, e uma empresa gigante que compra outras para atingir seus objetivos. Faz sentido para o Facebook comprar um aplicativo que em pouco mais de quatro anos de operação alcançou mais de 450 milhões de usuários.
O WhatsApp é um sistema que permite a troca de mensagens entre smartphones com o uso da internet. Parte de seu sucesso se deve ao fato de não permitir anúncios publicitários ou jogos, o que gera confiança. O serviço é pago a partir de um ano de uso. O aplicativo é especialmente forte em alguns países emergentes onde o Facebook sofre dificuldades de implementação.
Hoje, grande parte dos jovens acessa a internet pelos celulares – em alguns casos até mais que em computadores. São jovens que possivelmente se tornarão adultos mais acostumados a estarem conectados em todos os momentos. O Facebook comprou o WhatsApp pensando nessa sociedade mobile, garantindo domínio sob seus concorrentes em diferentes aspectos das redes sociais.
Anteriormente os criadores do WhatsApp diziam que quando publicidade está envolvida o usuário seria o produto e por isso não exibiriam anúncios em seu aplicativo. É uma visão idealista e sem reflexo no mundo real, já que uma empresa precisa gerar dinheiro para manter seus serviços. O Facebook sabe disso e já prepara o Instagram para exibir anúncios – mas por enquanto garante não mudar nada no funcionamento do WhatsApp.
É uma questão de tempo: o WhatsApp já serve como meio de publicidade e contato entre empresas e consumidores e possui potencial para permitir novas formas de negócio. O Facebook não pagou 19 bilhões por um aplicativo, mas sim por um serviço que atinge um mercado potencial de 450 milhões de pessoas e que tem tudo para crescer com o aumento da venda de smartphones. Resta saber como o usuário vai aceitar as mudanças no seu celular.