O ritmo cicardiano é aquele que regula muitos dos ritmos psicológicos do corpo humano. Ele tem influência sobre, por exemplo, a digestão, o estado de vigília e sono, a renovação das células e o controle da temperatura do organismo. E ter conhecimento sobre o próprio relógio biológico nunca foi tão importante, principalmente para os universitários. Afinal, não respeitá-lo pode impactar o desempenho acadêmico e consequentemente as notas.
Foi a essa conclusão que pesquisadores da Universidade da Califórnia chegaram após analisar o dia a dia de 15 mil estudantes assim que eles entraram na faculdade. Cada um deles foi classificado conforme os hábitos, se eram pessoas matutinas, vespertinas ou noturnas. Após a catalogação, foi comparado o período em que eles estavam na faculdade com seus respectivos resultados acadêmicos.
Após os dados, os cientistas chegaram à descoberta de que os alunos que têm aulas em horários fora de sincronia com seus ritmos circadianos tentem a apresentar notas mais baixas. Um exemplo disso são estudantes “corujas noturnas” que cursam disciplinas de manhã – suas pontuações são menores devido ao “jet leg social”, condição em que os picos de alerta estão em desacordo com os horários de trabalho, de estudos e outras demandas sociais.
Apesar de os três tipos de alunos sofrerem pelo jet leg social, os alunos tipo coruja noturna apresentaram-se especialmente vulneráveis, sendo que muitos deles mostravam resultados crônicos de cansaço e sonolência e incapacidade de performance em qualquer horário do dia.
Além das dificuldades de aprendizado, o jet leg social também apareceu associado à obesidade e ao excessivo consumo de álcool e cigarro.
A conclusão do estudo é que não existe um horário ideal de estudos: como existem diferentes ritmos biológicos, a educação deve ser pensada de maneira individualizada, para que as aulas e os estudos sejam estruturados em momentos em que os alunos estejam mais dispostos e capazes de aprender.