Quando uma cliente pediu para Flavia Carvalho fazer uma tatuagem que cobrisse uma cicatriz provocada por agressão, a tatuadora profissional percebeu que poderia fazer mais por todas as mulheres que passam por essa experiência desagradável.
Assim foi criado o projeto “A Flor da Pele”, que tem como objetivo ajudar mulheres vítimas de violência a recuperarem a autoestima por meio de tatuagens. A própria idealizadora sabe na pele como é estar no papel da vítima. Flavia tinha 15 anos quando foi agredida pelo primeiro namorado, que vez ou outra se descontrolava e batia nela. À época, ele pedia perdão, e ela voltava. E muitas vezes se culpava pelos tapas e golpes que recebia.
A tatuadora procurou diversas ONGs e projetos que rejeitaram a ideia por afirmar que não havia demanda. Ela entrou em contato com a Secretaria da Mulher da Prefeitura de Curitiba, onde mora, e firmou uma parceria. Na última terça-feira, eles divulgaram o projeto pelo Facebook – e, em dois dias, Flavia já recebeu mensagens de mais de 40 mulheres contando seus casos de violência.
“Eu fiquei bem impressionada, quando me reuni com a Secretaria, a gente ficava pensando se ia ter demanda, porque eu ouvi bastante ‘não’, né. Mas à medida que você vai divulgando, os casos vão aparecendo”, conta em entrevista ao site BBC Brasil.